Sou viciada em elogios. Este estado de alma não é nem apelativo nem maturo nem produtivo. Apesar disso, anseio, suspiro por elogios. Quando não os recebo mergulho numa profunda apatia.
Mas quando recebo passo-os a pente fino para aferir da sua qualidade e sempre que sobrevivem ao crivo da análise sou invadida por uma breve "euforia do elogio". Nesses casos, quero mais. Preciso de mais elogios. Sendo o meu apetite insaciável, parto do princípio que o elogio é a melhor resposta aos problemas de gestão, especialmente no momento que hoje vivemos no ciclo económico, em que as empresas não se podem dar ao luxo - nem à insensatez - de recompensar os seus colaboradores pagando-lhes melhores salários.
Infelizmente, as coisas não são assim tão simples. Na semana que passou, uma amiga ligou-me a dizer que se sentia triste e desmotivada. No dia anterior, o chefe chamou-a ao gabinete e lançou uma "bomba", que estoirou à sua frente e a deixou apavorada. Passo a explicar. Primeiro, felicitou-a por parte do seu trabalho - por sinal a mais fácil de desempenhar - e, depois, elogiou-lhe a dedicação. Confessou-me com amargura que ser elogiada pela dedicação só tinha paralelo com um elogio à pontualidade. Ambos são maus.
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