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Projecto custou 3,5 mil milhões de dólares
Projecto custou 3,5 mil milhões de dólares
29.05.2009 - 21h38 Nicolau Ferreira
A inauguração oficial do novo centro de fusão nuclear decorreu hoje no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Depois de quinze anos de construção, mais sete anos do que o previsto e um custo total de 3,5 mil milhões de dólares (2,48 mil milhões de euros), quase o triplo do que se esperava, os EUA tem agora o mais potente centro do mundo para conseguir produzir energia ilimitada.
“Se a energia por fusão resultar vai haver um fornecimento ilimitado de energia sem carbono associado, que não é sensível à geopolítica” disse ao diário "New York Times" Ed Moss, director do projecto do National Ignition Facility. O plano é que a central comece a fazer os testes em 2010 e aperfeiçoe a tecnologia até 2040.
A fusão nuclear tem sido uma das maiores esperanças do mundo para se obter energia ilimitada e mais limpa. O objectivo é reproduzir os processos químicos que têm lugar dentro das estrelas. Através de lasers, os técnicos do novo centro vão injectar energia numa pequena esfera de hidrogénio – com o diâmetro de um cabelo – para aquecê-lo até vários milhões de graus.
A esta temperatura os átomos de hidrogénio conseguem fundir-se e transformam-se em hélio, o segundo elemento da Tabela Periódica. Durante o processo é libertada uma quantidade significativa de energia, como acontece nas estrelas, bastante mais limpa do que a energia nuclear convencional. Já se conseguiu a fusão nuclear, mas até agora gastou-se mais energia do que a que se retirou do processo. A National Ignition Facility quer inverter isso.
Já existem grandes números associados à fusão – um deles diz que um quilómetro cúbico de água será suficiente para termos a energia equivalente às reservas de petróleo mundial. Mas há quem defenda que este projecto não tem sido mais do que um gasto de dinheiro dos contribuintes norte-americanos.
Mesmo os que estão do lado do centro, têm reservas. “Eles fizeram progressos”, disse ao "New York Times" Roy Schwitters, físico da Universidade do Texas, que lidera o painel federal que acedeu às instalações antes de estarem prontas. “A ignição pode até ser possível. Mas ainda há muito para aprender.”
Na inauguração iam estar mais de 3500 pessoas, entre as quais o secretário de Estado para a Energia, Steven Chu, e o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
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