domingo, 2 de agosto de 2009

Fragmentos - Livro I - Ana de Sousa, 216

216

oito horas.
não uso relógio.
não ouso medir o tempo e ainda menos subjuga-lo a critérios tão pequenos como a minha vida ou os meus dias, porque um de cada vez, instante a instante, porque existo mais num não tempo, como se flutuando.
o tempo não me é natural e nem é presença.
difícil ser assim, quando o tempo é entidade omnipresente para o universo.
ainda assim me seria natural dizer que tudo tem um tempo, sirvo-me dele no condicionar das razões e dos efeitos, deixo que me sirva para que não seja absoluta a minha alienação.

e os teus pés, agora, onde estão?
neste tempo instante teu.

ISIN 989-95000-0-3

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