domingo, 2 de agosto de 2009

Fragmentos - Livro I - Ana de Sousa, 188

188

de repente o peito solta do silêncio o grito, libertand0 a quase dor,
partem-se os vidros de que são feitos os gerânios e os narcisos
e no jardim repleto de minha nudez, crescem,
em pequenas pirâmides de pó quase saudade,
sinuosos lamentos da nunca posse e da volátil entrega.

só me ocorre o sôfrego caminhar,
para ouvir uns passos, simulataneamente teus;
só me ocorre libertar da cama os lençóis,
dando de leito o meu corpo e de afago os meus cabelos.

por agora,
procuro-te onde te deixei na ultima noite, qual sombra de mim.

ISIN 989-95000-0-3

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