Fernando Rosas considerava, do alto da sua cátedra do Frente a Frente, na SIC Notícias, que não é “sério” discutir a admissibilidade dos casamentos poligâmicos na Europa.
Sendo certo que, na mesma Europa, abundam os exemplos de poligamia praticada por minorías oprimidas, como se pode ver aqui, aqui, aqui e aqui, só para dar alguns exemplos.
E, pergunto eu, qual é a pretensa superioridade moral desse bloquista para dizer que não é sério discutir a poligamia quando outros assim o não consideram, como é o caso de Mansur Escudero, Presidente da Junta Islâmica e Secretário-Geral da Comissão Islâmica da vizinha Espanha, que defende que "é mais digno uma mulher ser aceite e respeitada como segunda esposa, em vez de permanecer como amante secreta, sem qualquer tipo de protecção jurídica"?
Para esse ilustre muçulmano, os países Europeus deveriam reconhecer a poligamia de consenso, segundo a qual a poligamia é assumida pela comunidade e na qual todas as partes concordam, ao invés de perdurar o sigilo que normalmente envolve essas situações, o qual, em seu entender, é prejudicial tanto para a mulher como para a comunidade em geral.
E não me parece que o casamento monogâmico homossexual seja assunto mais sério do que o casamento poligâmico heterossexual...
Seja como for, a partir de amanhã deixará de haver fundamento para que a minoria homossexual tenha direitos negados aos heterossexuais que pretendam casar em poligamia.
Também aqui se dirá que é lá com eles e que não fazem mal a ninguém ou já não se trata de uma minoria digna de protecção?
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