domingo, 3 de janeiro de 2010

Leituras: A Criança em Ruínas, José Luís Peixoto


Opinião retirada daqui

"Opinião
:
O livro guarda uma nota de esperança que sugere que os versos de A Criança em Ruínas «falem daqueles mistérios que só a poesia pode dizer». Esta nota espelha uma verdade subjectiva e imprópria para consumo por uma massa inconstante nas suas opiniões e reacções. O livro é da quasi edições, já em terceira edição.
Mas o que se entende deste livro de poesia, com versos soltos e menos soltos em visualmente informes poemas? Deste livro, entendo eu, sinais de vida própria e comum ao sujo humano que se espoja no tempo do relógio e das correrias dos humanos nas ruas das cidades escuras. Os versos roçam a realidade da morte, do amor da vida, da não vida... do estar estando e do estar sem permanecer... ficando absorto pela paixão de quem ama um filho nascido do ventre de quem se mais quer.
Os versos constroem poemas simples, sem um etéreo demasiado brilhante mas sempre com a descrição da realidade de quem se quer livrar de destinos traçados por felicidades sem sorrisos. E, talvez por isto, o autor interaja com Álvaro de Campos num poema construído sobre o destino anunciado em "a tabacaria", "a primavera chegou antes do tempo a esta sala" revela pormenores crus de quem admite ser. Outros exemplos haverá a descobrir em poemas em que o sangue escorre pelo corpo, em que a luz ilumina o amor, em qua a solidão nos faz desejar estar menos sós ou, ainda, em que uma flor deixa de o ser para que se diga um nome.
A Criança em Ruínas é um livro pequeno, lê-se devagar, lê-se muitas vezes e repete-se, a seguir, a vontade de reler."

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