Os métodos de "lavagem" de dinheiro hoje existentes a nível mundial "são tão sofisticados que fariam Al Capone parecer um azelha", afirmou hoje o presidente da Agência de Controlo da Banca alemã (Bafin).
Segundo Jochen Sanio, em comparação com as elevadas somas de dinheiro "lavado" infiltradas no circuito monetário - que segundo o Fundo Monetário Internacional atingem um bilião de dólares (cerca de 705 mil milhões de euros) por ano - os valores que o Estado consegue apreender "são ínfimos".
Na opinião deste responsável, a falta de cooperação a nível internacional facilita a tarefa dos criminosos, embora a Alemanha não seja o principal palco das "lavagens" de dinheiro, mas provavelmente o país onde ele chega já com aparência legal.
No mesmo fórum, o presidente da Polícia Judiciária Alemã (BKA), Joerg Ziercke, adiantou que os criminosos transferiram a "lavagem" de dinheiro para a Internet e fazem negócios através de cartões de crédito ou de cartões pré-pagos de empresas como a Webmoney ou a Moneybookers, que podem adquirir anonimamente em muitos países.
Outro método é misturar dinheiro ilegal com dinheiro legal e aplicá-lo em jogos de azar nos casinos electrónicos, e transferir depois os ganhos "lavados" para contas bancárias dos criminosos, através de firmas 'offshore'.
A evolução tecnológica "limita cada vez mais a operacionalidade dos criminologistas, que deparam também com obstáculos territoriais, porque a sua jurisdição cessa normalmente nas respectivas fronteiras", advertiu Ziercke.
A expressão "lavagem de dinheiro" remonta ao lendário "gansgter" norte-americano Al Capone que nos anos 20 investiu em lavandarias elevadas somas obtidas de formas ilícitas, através do jogo, da chantagem, da extorsão ou da venda de bebidas alcoólicas.
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