sábado, 13 de junho de 2009

Grupo de Arraiolos reconhece necessidade de UE se aproximar dos cidadãos

in publico.pt
Reunião em Nápoles
Grupo de Arraiolos reconhece necessidade de UE se aproximar dos cidadãos
13.06.2009 - 18h38 Paulo Alves Nogueira (Agência Lusa)
Os Presidentes de Portugal, da Itália, da Alemanha, da Áustria e da Hungria reafirmaram hoje em Nápoles o empenho na aprovação do Tratado de Lisboa e reconheceram a necessidade de a União Europeia se aproximar dos cidadãos.

Na conferência final do encontro do Grupo de Arraiolos, que decorreu ontem e hoje na cidade italiana de Nápoles, o chefe de Estado anfitrião, Giorgio Napolitano, admitiu que é preocupante a baixa participação nas recentes eleições para o Parlamento Europeu (PE). Napolitano referiu que os cinco Presidentes afirmaram a necessidade de uma "comunicação mais intensa" sobre o trabalho desenvolvido pelo PE e pelas restantes instituições da União Europeia (UE).

O Presidente italiano admitiu igualmente a necessidade de "motivação" para que a UE se afirme perante os seus cidadãos e reconheceu que as instituições europeias "são muitas vezes o bode expiatório" quando os governos têm de tomar medidas impopulares.

O futuro do Tratado de Lisboa

Antes das perguntas dos jornalistas, os cinco chefes de Estado responderam a questões colocadas por estudantes italianos, um dos quais quis saber quais as expectativas do Presidente alemão sobre o processo de ratificação do Tratado de Lisboa, tendo em conta uma petição contrária submetida ao Tribunal Constitucional do país.

Não querendo adivinhar a decisão do Tribunal Constitucional alemão, Horst Kholer disse esperar que seja favorável à ratificação do documento.

Aníbal Cavaco Silva também foi questionado por um estudantes sobre as recentes eleições europeias, tendo reafirmado que não está satisfeito com a reduzida participação dos eleitores e que os governos dos 27 "têm de explicar aos cidadãos que a UE é um valor acrescentado". "A União Europeia tem de convencer os europeus que tem soluções para os problemas", frisou Cavaco Silva, admitindo ser "paradoxal" a reduzida participação dos eleitores com o aumento dos poderes do PE. "Estou optimista sobre o futuro da União Europeia, mas há muito a fazer para convencer os cidadãos que precisam de mais Europa e não menos Europa", disse.

Cavaco Silva - que regressou a Lisboa após o encontro - acrescentou estar "convencido de que os líderes europeus encontrarão respostas adequadas à falta de interesse" dos cidadãos nas eleições.

Horst Kholer defendeu que a UE "pode fazer melhor trabalho em África", ao ser questionado sobre a União para o Mediterrâneo, proposta pelo Presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Kholer frisou também que a crise internacional "ainda não acabou" e congratulou-se que a UE, os Estados Unidos e os países do G20 tenham concordado em adoptar medidas para a enfrentar, mas alertou para a necessidade de se evitar políticas proteccionistas.

O Grupo de Arraiolos - assim chamado por o primeiro encontro se ter realizado naquela vila alentejana, em 2003 - reúne Presidentes dos 27 sem poderes executivos, como frisou Giorgio Napolitano. Os chefes de Estado da Letónia, da Polónia e da Finlândia não participaram no encontro de Nápoles, por questões de agenda interna.

A Hungria será o país anfitrião da próxima reunião do Grupo de Arraiolos, ainda sem data marcada.

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