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Portugal continua a evidenciar várias "fragilidades estruturais" que dificultam a saída da crise, sublinha o relatório anual do banco central.
De acordo com a instituição dirigida por Vítor Constâncio, há cinco falhas estruturais que devem ser corrigidas.
1. Baixas qualificações. Comparado com a União Europeia, Portugal tem recursos humanos menos qualificados, tanto em qualidade como em quantidade. "Este factor condiciona o aumento da produtividade e restringe a adopção de tecnologias", nota o relatório divulgado hoje.
2. Mercados de produtos e do trabalho pouco eficientes. O quadro institucional não favorece o funcionamento destes mercados, tornando-os menos flexíveis. Apesar da reforma do Código do Trabalho, "continua a observar-se uma crescente segmentação no mercado de trabalho em Portugal - que também contribui para distorcer os incentivos ao investimento em capital humano -, bem como uma elevada duração do desemprego", lê-se no documento.
3. Falhas no sistema judicial. "O elevado formalismo processual e a elevada duração dos processos judiciais implica uma menor capacidade de assegurar o cumprimento dos contratos, que constitui um alicerce fundamental nas decisões de investimento de longo prazo", sublinha.
4. Elevada dependência energética. A economia portuguesa está muito dependente do exterior em matéria de energia.
5. Mau comportamento orçamental. Tendo em conta o "dinamismo da despesa corrente primária" - que se refere sobretudo a salários, prestações sociais e transferências para o Serviço Nacional de Saúde - Portugal tem sido obrigado a "recorrentes planos de ajustamento orçamental", o que contribui para "aumentar o grau de incerteza dos investidores", explica o relatório.
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